Segurança no Tiro Policial
1) Mantenha a arma firme na(s) mão(s), sempre na altura dos olhos, apontada para a direção em que está localizado o (suposto) oponente.
2) Os dois olhos devem ficar abertos, com o olho diretor fazendo o enquadramento miras/alvo, e o outro como visão periférica de todo o perímetro.
3) A respiração deve ser a mais próxima da normalidade. Nunca inspire e prenda a respiração, eis que os músculos ficarão tensos e o disparo não será o ideal. De igual maneira, nunca expire e efetue o disparo, pois o corpo estará numa posição altamente relaxada. O tiro de combate ideal - que somente pode ser realizado após exaustivos treinamentos - é justamente aquele em que a respiração é normal, cadenciada (breve ou longa) e, por incrível que pareça - deve ocorrer no momento exato entre uma e outra batida do coração.
4) A posição do corpo é fundamental para uma boa precisão de tiro. Posições ISÓCELES, WEAVER ou ISÓCELES MODIFICADA são as mais indicadas para o tiro de combate e/ou instintivo. Estas posições foram utilizadas, durante décadas pelos mais especializados grupos policiais e militares dos EUA. Entretanto, é certo que o atirador deve encontrar, por si só, a melhor posição que lhe proporcione conforto, segurança e precisão ao disparar.
5) Sempre que possível - se não em todas as situações - procure proteção para o corpo, expondo apenas o mínimo necessário para o campo de visão do agressor.
6) Procure contar, mentalmente, os disparos efetuados. Se usando revólver, necessário também o acompanhamento de "speed loader", para rápido municiamento. Se não utilizar "speeds", o ideal é efetuar dois ou três disparos e recarregar os cartuchos deflagrados, mantendo sempre a arma "quente", em condição de tiro. O procedimento visa confundir o suposto agressor, que poderá estar contando os disparos e, no momento da sua recarga, com a arma desmuniciada, vir a aproveitar a oportunidade para o ataque.
7) Sempre , em situação de combate, efetuar no mínimo dois disparos sobre o alvo visado, em rápida sequência, o que aumentará a possibilidade de incapacitar de imediato o agressor. Tal procedimento é o atualmente adotado por todas as agências governamentais e departamentos de Polícia dos EUA, e visa aumentar, pelo menos duas vezes, as chances de se estancar de imediato qualquer ataque de um suposto agressor.
8) O trabalho policial, e na maioria esmagadora das vezes, não se busca a morte do agressor e/ou meliante. O que se busca é fazer cessar um ataque ou situação de perigo em que esteja envolvido tal elemento, que deve "parar" de imediato com os disparos efetuados.
9) A confiança no companheiro, em situação de combate, deve ser de 100%. A "cobertura" a ser dada dependerá do caso concreto, mas nenhuma arma deverá ficar apontada para a zona "quente" do colega, para que se evite o conhecido "tiro amigo".
10) Nunca se deve, em situação de combate, empunhar a arma apontada para o chão ou para o alto - como se vê erroneamente em filmes "enlatados". A postura correta, em qualquer situação em que seja necessário o enquadramento arma/alvo, é aquela em que a primeira esteja segura com as duas mãos apontada para o suposto alvo, à altura dos olhos. Com esta postura, não haverá surpresa ou perda de preciosos segundos em uma situação estressante para o enquadramento do suposto agressor.
11) Especificamente em nossa região, onde o clima é muito quente, impossibilitando que se porte arma dissimuladamente, é aconselhável que revólveres e pistolas estejam sempre à altura da cintura, em qualquer dos seus lados. Coldres devem ser utilizados (somente os de material tipo "nylon") por pessoas altamente treinadas, caso contrário dê preferência ao seu não uso, o que facilitará o saque em situação de perigo. Coldres axiais ou de tornozelos, bem como bolsas tipo "capanga" ou similares não são aconselháveis, eis que não adequados para um rápido saque. Estes últimos acessórios, contudo, são indicados para o porte da "back up gun", ou seja, arma de reserva.
12) Utilizando revólver no dia-a-dia, dê preferência aqueles de 4 (quatro) polegadas de cano, em especial com miras reguláveis. Canos menores dificultam a precisão a médias ou longas distâncias, e canos maiores provocam desconforto no porte diário, pelo tamanho e peso, mas em contrapartida são naturalmente mais precisos. Devem ser descartados os calibres .22 LR e .32 SWL, eis que possuem sofrível "Stopping Power". O mínimo aceitável seria o .38 SPL+P.
13) Utilizando pistola, a preferência natural deverá recair sobre aquelas de alta capacidade, lembrando que calibres ditos "quentes" devem ser escolhidos (9mm LUGER, .40 S.W, .45 ACP, etc). Infelizmente, nossa Legislação restringe muito a aquisição de pistolas em tais calibres, oferecendo opções, apenas, em calibres .22 LR, . 25 AUTO (6.35mm), .32 AUTO (7.65mm) e .380 ACP (9mm curto). Os dois primeiros são plenamente inadequados para o serviço policial, eis que sua balística, em relação ao Stopping Power ("poder de parada") é irrisório.
14) A munição escolhida, seja para pistolas ou revólveres, deverá ser dos tipos "HOLLOW POINT" ou "SOFT POINT" (vulgarmente conhecidos como "ponta ôca" e "ponta macia"). São projéteis com núcleo de chumbo mole, semi-revestidos por uma jaqueta de latão ou cobre, que transferem grande energia cinética quando ao atingir corpos aquosos. Possuem ainda de média para baixa penetrabilidade, e baixo índice de ricochete.
15) Arma oxidadas (de acabamento negro) são menos visíveis e evitam reflexo indicando a posição do atirador. Por outro lado, são mais susceptíveis de corrosão, devendo ser limpas mais vezes e com maior acuidade. De outro lado, armas em aço denominado "inox" são mais resistentes á ação de intempéries, mas ocasionam reflexos imprevistos.
16) Armas e munições devem ser vistoriadas continuamente, proporcionando, em conjunto, sua segura utilização.
17) Nunca utilize munição da qual desconheça a procedência, eis que os riscos de acidentes (entre eles, a popular "nega") são grandes.
18) A fórmula ideal é que a munição seja trocada periodicamente, em prazo não superior a 06 (seis) meses, visando-se sempre segurança e sua aplicabilidade prática.
19) A confiança no conjunto arma/munição deve ser 100% no trabalho policial. O treinamento constante de manuseio e tiro
20) Mesmo que de pequeno número - é forma de garantir a sua própria segurança e de toda a sociedade.
21) Sempre que possível, deverá o policial fazer uso de coletes a prova de balas, o que garantirá maior segurança no próprio serviço.